CPI da Saúde em Piúma começa a ouvir denunciados no próximo mês

today22 de maio de 2019
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Jorge Miranda, presidente da Câmara, e Eliezer Dias Freire
apontam corrupção em consórcio

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada na Câmara de Piúma para investigar denúncias de supostas irregularidades cometidas por gestores do Consórcio Intermunicipal de Saúde/CIM Expandia Sul, instituição responsável por prestar atendimento à população, começa a ouvir os denunciados por supostas irregularidades no próximo mês.  

Gastos exorbitantes, indícios de favorecimento em contratações de servidores, serviço de baixa qualidade, espera excessiva para realização de exames e precarização de serviços ambulatoriais estão entre as principais denúncias que motivaram a instauração da CPI, que desenvolverá suas atividades até junho, com possibilidade de prorrogação por mais 60 dias, a critério do plenário.

Os 11 vereadores foram unânimes na aprovação da CPI. “Os serviços, além de precários, não cobrem a demanda”, informa o presidente da Câmara, Jorge Miranda (PSDC), apontando para um gasto de quase R$ 5 milhões por ano, segundo dados de 2018. 

A fala do presidente é acompanhada pelos vereadores Eliezer Dias Freire (PHS), Tobias Scherrer (PRB) e Bernadete Calezani (PHS). Todos são unânimes em sinalizar para indícios de favorecimento em contratos, destacando, entre outros, a empresa Calheiros Serviços de Enfermagem, de propriedade de Zilmara do Nascimento Calheiros.  

Ela é servidora de carreira do município e exercia cargo gratificado como coordenadora no posto de saúde Maria Helena, função da qual foi afastada, sendo alvo de investigação do Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc) do Espírito Santo. 

Há suspeitas de envolvimento da ex-diretora executiva do consórcio de saúde CIM Expandia Sul, Olímpia Belônia, que ficou 14 anos no cargo, também investigada, depois de denúncia formalizada por 10 vereadores de Piúma e de Anchieta. Além desses dois, os municípios de Alfredo Chaves, Iconha, Itapemirim, Guarapari, Marataízes e Rio Novo do Sul fazem parte do consórcio. 

A Calheiros Serviços de Enfermagem está habilitada a contratar vários tipos de serviços na área médica e, por esse motivo, concentrou a maioria das ações de atendimentos que, segundo os vereadores, não atende à demanda. 

A empresa é responsável pela contratação de técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos, dentista, auxiliar de odontologia, técnico em radiologia, UTI móvel, atividades de vigilância e segurança privada, atividades de limpeza não especificadas anteriormente, atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades para atendimento a urgências.

A CPI é presidida pelo vereador Gustavo Meyrellis (Solidariedade), tendo como relator Jonas Miranda (PTC) e Eliezer Dias Freires como membro.

Para o prefeito, ainda é cedo para falar sobre o assunto, considerando que a CPI ainda está em sua fase inicial. “Estamos colaborando, atendendo às solicitações, como envio de documentos referentes ao caso e faremos tudo o que for necessário para contribuir no sentido de esclarecer os fatos”, disse. 

Ricardo Costa é vice-presidente do Consórcio, presidido pelo prefeito de Anchieta, Fabrício Petri (MDB), com mandato de dois anos, dentro do regime de rodízio entre os prefeitos da região sul que integram o órgão gestor da área de saúde de seus municípios.  

Fonte Século Diário
Foto Leonardo Sá

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