Cúpula da Segurança vai à Grande Jacaraípe, na Serra, para tentar reduzir assaltos e roubos de carros
A cúpula da Segurança Pública, encabeçada pelo secretário estadual da pasta, coronel Alexandre Ramalho, esteve ontem (23) na Grande Jacaraípe, que é composta por 16 bairros e reúne pelo menos 50 mil pessoas, para ouvir as demandas da comunidade e buscar estratégias para reduzir os crimes de assaltos, roubos de carro e de residências, que têm deixado os moradores preocupados.
O encontro foi organizado pelo deputado estadual Bruno Lamas (PSB), que apresentou um levantamento detalhado dos principais problemas ligados à segurança pública nos bairros e as possíveis soluções para atender os pedidos.
“Estamos cumprindo com o nosso trabalho para trazer melhorias para a população da Grande Jacaraípe. Acreditamos que essa parceria, com diálogo entre a comunidade e as polícias, será fundamental para redução da violência”, contou Bruno.
Dentre as prioridades, no que se refere à segurança pública, ele enumerou: a necessidade de ampliar o horário de funcionamento da Delegacia de Polícia Civil de Jacaraípe, que funciona entre 8 e 18h e com um efetivo de apenas seis policiais civis.
A proposta é aumentar o efetivo de policiais que atuam no local, além de estender o horário de funcionamento, que passaria a ser das 6 às 23h. Também foi solicitada uma reforma no prédio.
Bruno lembrou que, com a iminência de formação de 350 novos soldados da Polícia Militar e de agentes/investigadores e escrivães da Polícia Civil, a comunidade requer que sejam designados, minimamente, 100 novos policiais militares e 50 policiais civis para trabalhar, continuamente, na Grande Jacaraípe.
O deputado lembrou, ainda, que há necessidade de aumento do espaço físico da 14ª Companhia Independente, que hoje funciona em Feu Rosa, mas é responsável pelo policiamento de toda a região.
“Também solicitamos a utilização do regimento de polícia montada, para patrulhamento cotidiano; a realização de blitz, frequentemente, nos pontos de entrada e saída dos bairros; e o retorno do projeto Patrulha da Cidade, como forma de inibir e combater a criminalidade”, declarou.
Ramalho agradeceu a oportunidade de falar diretamente com a comunidade e sinalizou que tomará providências para reduzir a violência na região:
“O governador Renato Casagrande é sensível a todas as questões de segurança pública. Recebemos as demandas, mostramos nossas dificuldades, mas vamos caminhar para atender às expectativas, lembrando que é preciso ações conjuntas para tirar as pessoas do mundo das drogas, como o investimento em emprego, renda, educação e, principalmente, maior participação da família”, explicou.
Além de Ramalho, participaram do encontro: o major Rafael Carvalho, comandante da 14ª Companhia Independente; o delegado Rodrigo Rosa, titular da Delegacia de Jacaraípe; e a delegada Andreia dos Santos, chefe da Superintendência de Polícia Regional Metropolitana (SPRM); além de representantes do movimento popular, entre eles Guilherme Lima e Renata Sepulcro.
Os principais problemas de segurança da Grande Jacaraípe:
COSTA DOURADA – Tráfico de drogas ao ar livre em praticamente todas as ruas do bairro Costa Dourada. Também há abandono de veículos e motos roubadas na região.
COSTA BELA – Há número elevado de roubos, havendo provas da participação de seguranças particulares contratados pelos moradores em algumas ocorrências e crimes. Também existe necessidade de instalação de base fixa da Polícia Militar, por se tratar de região erma e remota da Grande Jacaraípe.
PARQUE JACARAÍPE – Necessidade de aumento do efetivo da 14ª CIA de Polícia Militar.
MAGISTRADO – Há um número elevado de roubos e arrombamentos de moradias, quando a população está em horário de trabalho (das 7 às 19h). Também há diversas queixas de abandono de veículos roubados e uso de drogas ilícitas em via pública.
CASTELÂNDIA – Ocorrência de arrombamento dos quiosques, ponto de prostituição e uso de drogas na orla da praia. Também há necessidade de policiamento noturno, uma vez que as ocorrências transcorrem, em regra, nesse período.
CENTRO COMUNITÁRIO JACARAÍPE (AV. GUARANI) – Usuários de drogas usam a praça da avenida, abordando crianças, jovens e adultos. A reclamação é de que não há projetos ou ações do Poder Público (feiras, eventos culturais, etc.). A praça está abandonada.
A existência de Companhia da Polícia Militar a menos de um quilômetro da localidade não inibe o uso de drogas na praça do bairro. Há necessidade de aumento do efetivo policial.
ESTÂNCIA MONAZÍTICA – Há número elevado de roubos e furtos na rua lateral à Estação de Tratamento de Esgoto da Cesan, além de iluminação precária e necessidade de aumento do efetivo policial.
RESIDENCIAL JACARAÍPE – Há necessidade de aumento do policiamento noturno, devido à grande quantidade de arrombamentos de residências nas ruas Osasco, Mauá, Campos do Jordão, Guarujá e Santo André, local de baixa movimentação e alto número de casas.
SÃO PATRÍCIO – A população sofre, diariamente, com roubos com uso de arma de fogo nos pontos de ônibus e condomínios da região, além de arrombamento de residências e comércios.
JARDIM ATLÂNTICO – Na esquina da Av. Minas Gerais, ao lado da Policlínica de Jacaraípe, moradores de rua fizeram moradia, onde vendem drogas.
No Conjunto Habitacional Rua Santa Cecília, uma casa vem sendo usada como ponto de venda de drogas, o que incomoda os moradores. É pedida a substituição da iluminação pública.
ENSEADA DE JACARAÍPE – Arrombamento de residências, roubos com uso de arma de fogo e necessidade de aumento do efetivo da Polícia Militar.
Fonte: moradores da Grande Jacaraípe foram ouvidos.