História de vida: de gari a farmacêutica, “um sonho realizado”

today4 de agosto de 2014
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O sucesso, na maior parte das vezes, só dá as caras depois de muito esforço, e assim aconteceu com a mais nova farmacêutica de Itapemirim que, aliás, é um exemplo a ser seguido. Decidida, desde criança, a fazer o bem sem olhar a quem, Edilha Maria Marvila, que é gari em Itapemirim, tem uma triste, porém, linda trajetória de noites mal dormidas até à formatura em Farmacologia. Sua história de vida nos ensina uma bela lição: jamais desistir dos sonhos.

Sob uma marquise, enfrentou frio, chuva e até fome. Chegou a pedir alimento nas casas, mas em nenhum momento desistiu. Sua meta: aprender para continuar a ajudar. Edilha explica que desde muito nova gostava de auxiliar idosos e crianças, mas que tinha o objetivo de estudar para não indicar medicamentos de forma errônea, mesmo porque, ministrar remédios é de competência dos médicos.

Realizada, Edilha agradece ao empenho da atual Administração: “Foi exaustivo, mas nesta gestão consegui cumprir com meu dever de trabalhar por seis horas. Sempre trabalhei no centro da cidade, mas desde o ano passado comecei a trabalhar no bairro onde moro e passei a pegar no serviço às 3h da manhã, o que me facilitou, porque consegui ganhar uma hora a mais para descansar um pouquinho. Antes eu começava a trabalhar às 1h da madrugada”, disse.

Nascida numa família humilde, no interior de Presidente Kennedy, trilhou por veredas imprecisas. Inúmeros foram os tropeços, percalços eespinhos, mas conseguiu concluir um curso superior. Precisou vender a própria casa para custear os estudos. Sua superação serve, a quem quer que seja, de inspiração.

E ela queria mais: tinha o objetivo de aprender, conhecer, interpretar e supervisionar o processo de aquisição de medicamentos e demais produtos, que é uma das atribuições deste profissional de saúde. Queria ir além, adquirir e aprimorar conhecimentos, assegurar informações precisas aos pacientes, enfim, estudar a ciência que pesquisa como as substâncias químicas interagem com os sistemas biológicos.

Servidora efetiva no município desde 2005, os afazeres domésticos e diversos outros entraves não fizeram com que Edilha esmorecesse, ao contrário, ganhava mais forças a cada dificuldade enfrentada. Cada obstáculo era contornado com muita fé e, assim, seguir adiante com seu propósito se tornava realização a cada amanhecer.

Conciliando a intensa labuta de gari com os trabalhos da faculdade e com a maratona de estágios, chegou a passar por vários constrangimentos que lhes serviram como incentivos a galgar seu cume. “Eu chegava da faculdade por volta de 23h30 e de madrugada eu precisava trabalhar. Não dava tempo para eu ir pra casa, ficava na calçada mesmo, pois o meu compromisso com o serviço é dever meu”, afirmou Edilha. Não é fácil encarar um ônibus escolar e viajar aproximadamente 100 quilômetros ida e volta, mas o desejo de continuar e finalizar a faculdade a fez vencer todas as barreiras. E ela não pretende parar por aí. Quer iniciar uma especialização em Análises Clínicas, além de sonhar alto: “Um dia, se Deus quiser, vou ter minha própria farmácia!”

Por José Geraldo

 

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