Governo vai inaugurar novas estações para monitorar a qualidade do ar na Grande Vitória

today17 de agosto de 2023
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Gerente do Iema disse que o “governo não está parado”, ao ser questionado por Gandini e Iriny sobre o atraso na publicação do relatório de qualidade do ar referente a 2022 e acerca de tecnologia de monitoramento empregado pelo instituto

O gerente de Licenciamento do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Takahiko Hashimoto, disse hoje (17), ao ser questionado durante a reunião da Comissão de Proteção ao Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, que o governo do Estado “não está parado” quando o assunto é a redução da poluição e anunciou que em breve serão inauguradas novas estações de monitoramento da qualidade do ar na Grande Vitória.

“Vamos inaugurar em breve novas estações de qualidade do ar. Todas foram reformadas. Tínhamos equipamentos de mais de 20 anos. Inclusive, com deficiência de peças. Estamos passando por uma modernização. As obras e instalações dos equipamentos novos devem terminar esta semana. Precisamos de um tempo ainda para fazer a integração de todos os dados. Estamos com estações 100% operantes. Antes, tínhamos equipamentos parados, sem peças de recomposição”, contou Takahiko.

Takahiko, do Iema, disse que novos equipamentos serão instalados com a preocupação de monitorar “a pequena poeira”, que causa prejuízo à saúde da população.

O técnico do Iema não informou valores, quantas e em quais locais as novas estações serão instaladas, mas garantiu que a medição feita pelo órgão ambiental vai além da poeira sedimentada, que causa incômodo à população com a limpeza da casa, dos móveis e da varanda, por exemplo.

Segundo ele, os objetivos das medições das empresas e do Iema são diferentes. Enquanto o órgão ambiental leva em conta os impactos, a exposição para a população, como está mexendo com a saúde das pessoas, o objetivo do monitoramento feito pela Vale e pela ArcelorMittal é a medição para controle, para que possam ser feitas alterações nos procedimentos a tempo de corrigir falhas.

“Para medição dessa ‘poeira menor’, que interessa a saúde, temos equipamentos instalados em todas as nossas estações. Antes, só tínhamos em duas. Amanhã (18), a gente conclui a instalação desses equipamentos que de fato interessam à nossa saúde”, declarou o técnico.

De acordo com Takahiko, um projeto em conjunto com a prefeitura de Vitória, resultado de acordo com a Vale, garantiu duas novas estações de qualidade do ar na capital, além da relocação de outra do Centro, que hoje está numa localização não privilegiada. Ele declarou ainda que serão relocadas estações de Vila Velha.

As informações do Iema surgiram após os deputados Fabrício Gandini (Cidadania), presidente da Comissão de Meio Ambiente, e Iriny Lopes (PT) terem questionado o atraso na publicação do relatório de qualidade do ar referente a 2022 e também sobre a tecnologia de monitoramento manual empregado pelo instituto.

De acordo com Gandini, o estudo é importante para avaliar se o cumprimento das metas dos Termos de Compromissos Ambientais (TCAs) assinados pelas empresas está trazendo melhoria da qualidade do ar na Grande Vitória.

Os deputados também perguntaram sobre a tecnologia de monitoramento automático da qualidade do ar empregada pelas mineradoras, que, segundo eles, seria mais avançada que a utilizada pelo Iema. Takahiko respondeu que o órgão vem realizando testes com novas tecnologias e, no momento, está avaliando um equipamento trazido da França.

Já sobre a publicação do relatório, ele frisou que isso ocorrerá na metade do próximo mês e que o atraso se deve à demanda por avaliação técnica, revisão de dados e que existe um déficit de servidores para a realização do trabalho.

FUTEBOL
O presidente da Associação de Moradores de bairro República, Walter Guedes, fez uma comparação inusitada, com a tabela do Campeonato Brasileiro de Futebol, o que tirou risos da plateia.

“A Vale e a Arcelor estão como o Botafogo, lá na frente, enquanto o Estado é o América Mineiro, no último lugar. Os equipamentos que eles têm são muito mais modernos. O Estado tem de melhorar a parte dele. Como cobrar algo com um relatório de 2021? Gandini e Iriny cobrem uma melhor aparelhagem do Estado”, declarou.

O presidente da Comissão de Direito Ambiental da seccional capixaba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES), Alexandre Iunes, seguiu no mesmo tom, frisando que os órgãos ambientais do Estado precisam ser colocados como prioridade na questão orçamentária.

“Falo do Idaf, da Agerh e do Iema. O valor destinado ao Iema, por exemplo, é muito pequeno. Precisamos equipar nossos órgãos ambientais para que não possam ser um América, um Vasco…”, afirmou.

Já o presidente da Associação Comunitária de Jardim Camburi, Bruno Malias, fez questão de reconhecer que um trabalho tem sido feito e que ele precisa continuar.

“Nada sobre nós, sem nós. Autoridade pressupõe responsabilidade. Todos estão exercendo suas responsabilidades. Os deputados têm a sua prerrogativa de fiscalizar. Os técnicos exercem os seus papéis com o que têm. Nós (líderes comunitários) também somos cobrados. Que este processo de fiscalização possa continuar porque estamos falando da saúde das pessoas”, concluiu.

fotos JV Andrade

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