Comissão de Cidadania da Ales quer ouvir a Caixa sobre problemas em condomínios
O presidente interino da Comissão de Cidadania da Assembleia Legislativa, deputado Bruno Lamas (PSB), aprovou hoje (27), durante reunião virtual, o convite para que representantes da Caixa Econômica Federal compareçam ao colegiado para dar explicações sobre os problemas estruturais que resultaram no desabamento de caixas d’água, destruição de apartamentos, desalojamento de famílias e até levou à morte de um trabalhador em Cariacica.
A decisão de ouvir o banco partiu do deputado Luciano Machado (PV), que preside a comissão, mas preferiu não assumir os trabalhos em função de uma cirurgia realizada na boca. Ele salientou que seria importante, também, ouvir a Caixa, pois as obras foram financiadas e deveriam ser fiscalizadas pelo banco. O deputado Alexandre Xambinho (PL) concordou.
Bruno, por sua vez, aprovou novo convite às construtoras, que, apesar dos esforços do representante da comissão, não compareceram ao encontro virtual.
“Tomaremos outras providências e vamos pedir o apoio do Procon da Assembleia”, frisou o deputado.
A MRV Engenharia – construtora do condomínio Top Life Cancun (São Diogo, Serra), que também apresentou problemas estruturais relatados na reunião da comissão do dia 30 de março – não enviou representante, mas sinalizou que participaria numa nova oportunidade.
Também foram chamados para comparecer ao debate os responsáveis pelo Condomínio Residencial Vila Velha, que fica no bairro Jabaeté, no caso as empresas R. Carvalho Construções e Empreendimentos Ltda, Decottignes Construção e Incorporação Ltda e Solare Construtora e Incorporadora Ltda); e pelo Condomínio Residencial Otílio Roncetti, no bairro Gilson Carone, em Cachoeiro de Itapemirim (AB Construtora).
Para a deputada Iriny Lopes (PT), as construtoras ausentes “não deram a devida atenção e o respeito às necessidades dos moradores”.
Na reunião virtual, somente a Cobra Engenharia, construtora responsável pelo Condomínio Residencial São Roque I e II, em Padre Gabriel, Cariacica – onde duas torres d’ água de 15 metros de altura desabaram, deixando dezenas de famílias desalojadas e matando uma pessoa –, compareceu.
O residencial, que faz parte do programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, havia sido inaugurado duas semanas antes.
AÇÕES
Quem falou em nome da construtora foi a gestora de crise contratada pela empresa, Fabiana Franco.
A representante mostrou aos deputados, uma linha do tempo de ações da empresa para mitigar os efeitos da tragédia no dia a dia dos moradores.
No dia 30 de dezembro do ano passado, os dois castelos d’água que abasteciam as 496 unidades residenciais do condomínio se romperam, provocando a morte de um funcionário que fazia a manutenção das estruturas.
Com o rompimento das torres, além da morte do funcionário, vários moradores tiveram que deixar seus apartamentos. Os que permaneceram no condomínio ficaram sem abastecimento de água e gás por alguns dias.
Segundo Fabiana, como o acidente ocorreu no período das festividades de Ano Novo, as providências demoraram um pouco mais para serem tomadas. A perícia, por exemplo, só foi iniciada no dia 5 de janeiro.
“A gente estava no meio de um feriado. Do dia 30 até o dia 5, ficamos impedidos de mexer com as caixas d’água. Não pudemos mexer porque precisamos esperar a chegada da perícia. E a perícia chegou no dia 5”, explicou.
De acordo com a representante da empresa, a construtora foi liberada para fazer a retirada das torres no dia 7 de janeiro. Nos dias 8 e 9, o abastecimento de água foi restabelecido.
Ela também apresentou o que foi feito pela empresa durante esse período, como a contratação de segurança privada para o local, o fornecimento de alimentação e água potável para os residentes, atendimento psicológico e hospedagem em hotel para 74 moradores selecionados pela Prefeitura de Cariacica.
Fabiana garantiu que a queda dos castelos d’água não gerou abalos na estrutura dos prédios.
“A parte de construção civil está segura. Não abalou as estruturas de nenhum dos dois imóveis”, garantiu.
A construtora fez acordos com moradores para a troca de apartamento dentro do mesmo bloco. Seis unidades também entraram em acordo para a restituição financeira de perdas decorrentes do acidente, como móveis e outros itens atingidos pela água.
A representante da Cobra Engenharia esclareceu, ainda, que as caixas d’água foram adquiridas de uma empresa de São Paulo e que essa empresa especializada foi a responsável pela construção e montagem dos reservatórios.
Iriny sugeriu que as informações repassadas pela Cobra Engenharia sejam debatidas com os moradores do condomínio São Roque para que possíveis pendências possam ser sanadas.



