“Eu estava bêbado e recebi R$ 17 para apedrejar e jogar o Pit Bull em uma lagoa para morrer”

today1 de novembro de 2023
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Foi o que contou o jovem que deixou cachorro às margens da Rodovia Serafim Derenzi, em Vitória. Lucas Manoel da Hora prestou esclarecimentos na noite desta terça-feira, dia 31, na CPI de Maus-Tratos contra os Animais.

“O tutor do animal disse para eu me livrar do animal e falou que me pagaria R$ 17. Como eu estava bêbado, aceitei, mas não tive coragem e deixei o cachorro na mata para que alguém resgatasse”, disse Lucas.

O Pit Bull Borys, de 5 anos, foi deixado dentro de um saco de lixo agonizando, às margens da Rodovia Serafim Derenzi, em Vitória, no último dia 22. O animal foi socorrido, mas acabou morrendo.

O tutor do animal, o barbeiro Andyrio Maia, se recusou a responder às perguntas feitas durante a CPI: “Por orientação do meu advogado, ficarei em silêncio”.

A deputada Janete de Sá, presidente da CPI, esclareceu que o crime de maus-tratos prevê de 2 a 5 anos de prisão. Ela ficou indignada com o crime:

“Eu estou enojada com tudo que vi aqui. Foi uma trama macabra. Fiquei muito estarrecida porque não houve arrependimento. Esse tutor foi muito frio e pedimos ao Ministério Público para entrar no caso. O homem ainda fez um boletim de ocorrência de sumiço do animal, dias depois da morte do cachorro”, disse a deputada estadual Janete de Sá.

Saiba mais sobre os depoimentos:
GERENTE DE BEM-ESTAR DA PREFEITURA DE VITÓRIA

A gerente de Bem-estar Animal da prefeitura de Vitória, Katiuscia Rodrigues, foi a primeira a prestar esclarecimentos. Ela confirmou que o cão foi castrado pelo programa da prefeitura no dia 5 de julho. E se mostrou recontada com o que foi apurado em diligência junto com a CPI:

“Conversamos com o tutor do animal. Ele alegou que o cachorro ficou doente e ele não tinha condições de pagar R$ 600 pelo atendimento, e por isso entregou o animal para um rapaz, usuário de drogas, para descartar o cachorro. O tutor não demonstrou nenhum sentimento pelo animal ou arrependimento por essa atitude.”

VETERINÁRIO QUE ATENDEU O ANIMAL
O veterinário Daniel Galante, do Hospital Veterinário, para onde o cão foi levado, disse que as condições eram críticas. Havia pedras e pedaços de ferro no estômago no cachorro.

“Ele estava praticamente em coma, desidratado, passando fome, muito abaixo do peso, com células sanguíneas reduzidas. Não tinha condições de aguentar uma cirurgia. A hipótese é que tenha morrido por causa dessas condições de saúde. Mas pelo que vemos tudo que o cachorro apresentou, era tratável”, explicou o veterinário.

TESTEMUNHA
MORADORA QUE CEDEU GUIA GRATUITA PARA CASTRAÇÃO AO TUTOR

A moradora da região de Resistência, Flávia Simões, que conseguiu a guia para castração, como se o animal fosse dela, e deu a autorização para o tutor do Borys, disse que não sabia que estava errando:

“Eu ajudava outros moradores do bairro que não tinham condições financeiras de castrar os animais. Nunca imaginei que o tutor do Borys não teria cuidado com ele”, afirmou.

Relembre o caso
O pit bull chamado Borys foi achado por moradores, usando uma focinheira, dentro de um saco de lixo já agonizando, na mata às margens da Rodovia Serafim Derenzi, no bairro Resistência, em Vitória.

Moradores ficaram com o animal e acionaram a CPI e a prefeitura de Vitória. A equipe de Bem-Estar Animal da prefeitura de Vitória fez o resgate do animal para o hospital veterinário que tem convênio com o município. No local foi constatado que havia pedaços de ferro e pedras no estômago do pit bull. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu.

A CPI e a prefeitura fizeram diligência no local do crime e nas redondezas. Como o cachorro foi castrado pelo programa da prefeitura da Capital, ele era chipado e há registro sobre os dados do tutor.

RELATÓRIO DE ATENDIMENTO CLÍNICO: file:///C:/Users/Windows/Desktop/RELATO%CC%81RIO%20DE%20ATENDIMENTO%20CLI%CC%81NICO_ANIMAL%20BRUTUS_PMVIX_3382931.pdf

foto Lucas S. Costa

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