ECONOMIA | Indústria do Espírito Santo cresceu 1,6% em fevereiro
O indicador do Espírito Santo foi melhor que a média nacional, que recuou 0,2% no mesmo período
A produção industrial capixaba cresceu 1,6% em fevereiro deste ano, na comparação com o mês anterior. O indicador do Espírito Santo foi melhor que a média nacional, que recuou 0,2% no mesmo período, e o 6º maior do país. Com esse desempenho, a indústria estadual totalizou duas altas consecutivas, pois em janeiro havia crescido 18,2%.
Os dados foram compilados pelo Observatório da Indústria da Findes e fazem parte da pesquisa de Produção Industrial Mensal (PIM) do IBGE, divulgada nesta quarta-feira (26/4). Vale lembrar que, neste mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística revisou sua metodologia e ajustou os pesos (o quanto cada setor representa) das atividades na indústria geral. Por isso, publicou duas pesquisas neste mês de abril (janeiro e fevereiro).
A presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini, comenta que, o primeiro bimestre de 2023 foi marcado pela desaceleração da atividade econômica global, devido a uma política monetária contracionista nas principais economias do mundo, entre elas o Brasil.
“Por outro lado, também temos motivos para estar otimistas, como a reabertura da economia chinesa, os primeiros sinais de redução de inflação global e a normalização das cadeias globais de suprimento. Vale lembrar que a nível local, segundo a Bússola de Investimentos produzida pelo Observatório da Indústria da Findes (consultada em 26 de abril), o Espírito Santo vai receber mais de R$ 37,9 bilhões em investimentos em 293 projetos até 2028. Isso significa geração de emprego e renda para a população”, apontou Cris.
Enquanto o Espírito Santo teve resultado positivo, o Brasil teve uma pequena redução em sua produção. No mês de fevereiro, na comparação com janeiro, a indústria nacional registrou um leve recuo de 0,2%, totalizando três resultados negativos nessa análise. Além disso, entre as 26 atividades pesquisadas, nove apresentaram variações negativas, com destaque para produtos alimentícios (-1,1%), produtos químicos (-1,8%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-4,5%).
Primeiro bimestre de 2023 foi marcado pelo recuo da indústria de transformação
O Espírito Santo teve resultado positivo em janeiro e fevereiro, na base de comparação com o mês anterior, porém, no acumulado do primeiro bimestre do ano, a produção industrial capixaba recuou 3,8% em comparação com o mesmo período de 2022. Esse resultado foi influenciado principalmente pelo desempenho da indústria de transformação (-10,2%) e da indústria extrativa (-0,1%).
A gerente executiva do Observatório da Indústria e economista-chefe da Findes, Marília Silva, aponta que todas as atividades pesquisadas da indústria de transformação capixaba recuaram no primeiro bimestre do ano.
“Esse desempenho contracionista do setor pode ser explicado tanto pela desaceleração da atividade econômica global no período, que desestimula as exportações, quanto pela elevada base de comparação em 2022”, comenta.
Ainda de acordo com a economista, o comportamento da indústria extrativa (-0,1%) pode ser explicado pelo contrabalanceamento entre a queda no setor de petróleo e gás natural e o avanço na produção de minério de ferro pelotizado.
“De acordo com os dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a produção de petróleo no Espírito Santo acumulou queda de 11% no primeiro bimestre de 2023, e a extração de gás natural recuou 10,9%.
Já segundo relatório trimestral da Vale, houve um expressivo aumento (206,8%) na produção da planta de Tubarão 3 no primeiro trimestre de 2023, em relação ao mesmo período do ano passado (quando se encontrava em uma fase mais longa de manutenção programada)”, comenta.
No acumulado do primeiro bimestre, a produção física da indústria brasileira recuou 1,1%. Entre as grandes categorias econômicas, houve queda em bens de capital (-9,7%) e em bens intermediários (-2,2%), sinalizando redução de investimentos da indústria em relação ao primeiro bimestre de 2022.
por Siumara Gonçalves, com informações do Observatório da Indústria da Findes
foto Marcelo Rosa