Equipe da DHPP da Serra desarticula organização criminosa que atuava no tráfico de drogas e homicídios

today25 de agosto de 2020
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A equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra desarticulou uma organização criminosa que atuava no tráfico de drogas e homicídios no município. Oito pessoas já foram identificadas e cinco presas. Entre os envolvidos nessa organização está um advogado de 46 anos suspeito de transmitir ordens de dentro de um presídio e um jovem de 20 anos, procurado pela Polícia Federal (PF), apontado como um dos maiores autores de roubos a agências dos Correios do Estado. As informações foram divulgadas, nesta terça-feira (25), durante coletiva de imprensa, realizada na Chefatura de Polícia, em Vitória.

Para o delegado-geral da PCES, José Darcy Arruda, essa foi uma das operações mais importantes e difíceis de elucidar já realizadas pela equipe da DHPP da Serra. “Foi uma ação muito bem estudada e muito bem elaborada, que desarticulou essa organização que contava com a participação de um profissional da Advocacia. Nós entendemos que um profissional como esse  não representa a Advocacia criminal capixaba. Fazer a interlocução entre o autor intelectual e o autor material determinando mortes, isso não é Advocacia. Nós respeitamos os advogados, mas profissionais como esse não podem ficar no meio deles. Ele está com prisão preventiva decretada e está foragido”, afirmou.

Segundo o responsável pela operação, delegado Rodrigo Sandi Mori, as investigações duraram cerca de dois meses. “Essa foi a melhor investigação que eu já participei na DHPP da Serra. Esse crime ocorreu no dia 11 de junho e teve grande repercussão. A vítima foi morta por engano com 34 tiros. Durante as investigações, descobrimos que a ordem para essa morte partiu de dentro de um presídio. Nove pessoas estão envolvidas nesse crime, sendo oito delas identificadas e cinco presas”, disse.

O delegado informou ainda que o homicídio foi ordenado por um homem de 27 anos, que já havia sido preso em junho de 2017, pela equipe da DHPP da Serra. “Antes de ser preso, ele era suspeito de liderar o tráfico de drogas no bairro André Carloni, na Serra. De dentro do sistema prisional ele estava tentando retomar o controle do bairro e contava com o apoio dos suspeitos de tráfico do Morro da Garrafa, em Vitória. Segundo esses suspeitos, a vítima estaria atrapalhando o movimento do tráfico de drogas em André Carloni”, explicou.

Ainda segundo o responsável pelo caso, o advogado foi quem trouxe a ordem de dentro do sistema prisional. “Na estrutura operacional do grupo criminoso, a conduta do advogado foi essencial para o homicídio. Além de trazer as ordens de dentro do presídio com conteúdos relacionados ao tráfico de drogas e homicídios, ele também participava, efetivamente, da associação criminosa. As investigações mostram que ele procurava e mantinha contato com os suspeitos de tráfico do ‘Trem Bala’ no bairro da Penha, em Vitória, e fornecia contato telefônico entre os suspeitos para que eles se unissem na tentativa de retomada do controle do tráfico de drogas no bairro André Carloni”, informou.

Todos já foram denunciados por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima, tentativa de homicídio e associação criminosa. Eles são réus em um processo que corre perante a III Vara Criminal do Júri.

Sobre o crime
O homicídio aconteceu em um posto de gasolina no dia 11 de junho deste ano, no bairro Parque Residencial Laranjeiras, na Serra.  A vítima e sua esposa estavam dentro de um carro em um posto de quando foram atingidos por 70 disparos de arma de fogo. “A vítima foi atingida por 34 tiros e a mulher dele por oito, sendo um deles na cabeça. Após os disparos, ele ainda conseguiu dirigir até um hospital onde deixou a esposa e faleceu do outro lado da rua”, contou o titular da DHPP da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori.

Segundo o responsável pelas investigações, no dia do crime a vítima havia procurado um motorista de aplicativo de 25 anos, para a compra de drogas. “A vítima tinha envolvimento com o tráfico de drogas no bairro Vila Nova de Colares, na Serra. Já o motorista de aplicativo costumava realizar o transporte de drogas, armas e de suspeitos de tráfico. Diante disso, a vítima procurou o motorista de aplicativo pedindo indicação de alguém para a compra de drogas para revender. O motorista mostrou a foto da vítima ao executor e esse reconheceu como o indivíduo que eles queriam matar. A foto também foi mostrada ao responsável por planejar a ação e ele, em razão das semelhanças, também disse que seria o alvo da ordem do mandante do crime. O motorista do aplicativo segurou a vítima no posto até que os executores chegassem ao local”, relatou o titular da DHPP da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori.

O detido de 24 anos é o responsável por planejar e execução do crime dividindo as tarefas entre os envolvidos. “Ele é o braço direito do mandante do crime. No dia do homicídio, ele ficou perto do posto, dentro do veículo do motorista de aplicativo, aguardando a execução da vítima. Ele e o motorista foram presos no dia 24 de junho deste ano pela equipe da DHPP Serra, ressaltou Sandi Mori.

De acordo com o delegado, também no dia 24 de junho, os policiais da DHPP da Serra prenderam o executor dos disparos, um jovem de 20 anos. “Ele também era procurado pela Polícia Federal (PF), suspeito de ser um dos maiores autores de roubos a agências dos Correios do Estado.”

Já o quinto preso dessa organização criminosa foi detido no dia 1° de julho deste ano. “Ele teria sido o responsável por dirigir o veículo utilizado no crime”, destacou o responsável pelo caso.

O advogado e outras duas pessoas dessa organização estão foragidas, segundo o delegado. “Um dos foragidos é um homem de 26 anos, que foi responsável por fornecer as armas utilizadas no crime. Ele também é apontado como frente do Morro da Garrafa e teria dois de seus liderados para participarem da execução. O outro suspeito é um homem de 24 anos, que também foi executor do crime.”

Por Fernanda Pontes

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