ES: recusa familiar para doação de órgãos ainda é obstáculo para transplantes no estado

today14 de novembro de 2019
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Dois gestos salvaram a vida da Juliana Falcão, de 35 anos, moradora de Vila Velha. O primeiro veio do próprio primo. Ele doou um rim à parente, que sofria com o mal funcionamento do órgão. Já a família de um paciente falecido fez o segundo gesto, ao autorizar a doação dos órgãos do parente, após morte encefálica. Juliana recebeu um pâncreas desse doador. Para a administradora, a autorização familiar é um ato de grandeza.

“É um gesto tão bonito, porque mesmo no momento de dor da família, perder um ente querido, conseguir tomar essa decisão.”

E o Brasil tem o desafio de aumentar a taxa de autorização familiar à doação de órgãos. Atualmente, 40% das famílias recusam a doação dos órgãos dos parentes. E isso, segundo as autoridades de saúde, limitam os transplantes.  

O índice estadual segue a tendência nacional, segundo a coordenadora da Central Estadual de Transplantes do Espírito Santo, Maria dos Santos Machado.

Para tentar reverter esse cenário, a gestora conta que as equipes de profissionais da rede de saúde passam por capacitações para dialogar com as famílias sobre doação. Além disso, Maria destaca as ações de conscientização e informação com a sociedade civil, por meio de palestras e propagandas. Ela detalha o que uma pessoa deve fazer para ser doadora de órgãos.

“Conversar em casa, nos meios sociais, sobre o seu desejo de ser doador e no momento da sua morte, que seu familiar possa dizer sim com segurança e realizar o seu último desejo em vida, continuar no corpo físico de outras pessoas.”

Segundo dados do Ministério da Saúde, hoje no estado, 1,4 mil possíveis receptores estão inscritos na lista de espera para órgãos. A maioria da demanda é para transplantes de rim, córnea, fígado e coração.

O Brasil manteve o número de transplantes realizados no primeiro semestre de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018. Foram 13.263 transplantes neste ano, contra 13.291 do ano passado. O balanço do período apontou crescimento de transplantes considerados mais complexos. Os de medula óssea aumentaram 26,8%, passando de 1.404 para 1.780. Já os de coração cresceram 6,3%, passando de 191 para 203. Também tiveram aumento os de pâncreas rim (45,7%), passando de 46 para 67; e pâncreas isolado (26,7%), que cresceu de 15 para 19 transplantes. 

Para mais informações a população pode entrar em contato com o Núcleo Especial de Captação de Órgãos do Espírito Santo, pelo telefone (27) 3347-5624. 

A vida continua. Doe órgãos. Converse com sua família. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/doacaodeorgaos.

Com informações Agência do Rádio

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