CACHOEIRO | Atividades do caxambu são retomadas no Quilombo Monte Alegre
Neste sábado, 1º de abril, será realizada oficialmente a primeira roda de caxambu deste ano no Quilombo Monte Alegre. Ela é parte integrante do projeto Roda do Mês – financiado pela prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, por intermédio da Lei Rubem Braga – e do projeto Difusão da Identidade Caxambuzeira – financiado pela Secretaria Estadual de Cultura, por meio do Funcultura.
A programação será iniciada às 17h, com uma roda de conversa entre os integrantes do grupo de caxambu Santa Cruz (do próprio quilombo) e os do Caxambu do Horizonte (do município de Alegre), grupo convidado para integrar esta edição dos projetos.
Na ocasião, serão discutidas questões importantes para o povo negro, como preconceito racial e religioso. Após esse diálogo entre os grupos, será realizada uma grande roda de caxambu com a presença de todos os integrantes.
Além da realização desses dois projetos, também acontecerá, em paralelo, uma visita técnica de estudantes de graduação em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Multivix – Vitória à comunidade, com o objetivo de realizar uma pesquisa cujo foco é a casa tradicional quilombola de Monte Alegre. O projeto é financiado pela Fapes e coordenado pelos professores Lucas Dan Cuzzuol e Genildo Coelho Hautequestt Filho.
“Retirar os alunos de sala de aula e colocá-los em contato com o ‘mundo real’, ainda mais em uma comunidade tão rica e diversa como Monte Alegre, trará excelentes resultados em seu processo formativo. Como professor, me preocupo muito com a formação de arquitetos-cidadãos, e é exatamente isso que buscamos com uma atividade como essa”, afirma Genildo.
Além da pesquisa (intitulada “a casa e o território quilombola: leituras e práticas participativas no Quilombo de Monte Alegre”), os estudantes, que cursam o último período do curso, elaborarão uma proposta de intervenção urbana da comunidade, levando em consideração a realidade e a cultura do local.
Segundo o professor Lucas, “o objetivo da ação em Monte Alegre é realizar um registro participativo das casas e do morar nesse território quilombola, preservando a memória coletiva, identificando necessidades e potencialidades em relação à casa e ao território e subsidiando novos estudos e intervenções na comunidade”.
foto Luan Volpato