Cardiologistas explicam como o calor pode levar à morte

today22 de novembro de 2023
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Entenda a importância da hidratação e saiba quais cuidados tomar nos dias muito quentes

As temperaturas estão mais altas em todo o planeta. O calor excessivo é uma realidade que por vezes assusta, como no caso da jovem que morreu durante o show da cantora Taylor Swift, na última sexta-feira (17), no Rio de Janeiro. Mas afinal, dá para morrer de calor? Médicos afirmam que sim, e a razão para isso é que o nosso corpo é feito para funcionar a uma temperatura de 36,5°C. Algo acima disso, já nos coloca em risco.

Os cardiologistas Ciro Viana e Rovana Agrizzi explicam que, assim como a hipotermia (morte causada pelo frio), o calor extremo pode levar a quadros graves de insolação, que também causam a morte.

“Assim como para as temperaturas baixas, em que o corpo esfria até as funções pararem (hipotermia), existe a mesma coisa para o calor. Quando o calor do ambiente é tão intenso que a temperatura corporal passa de 40°C, o funcionamento das nossas células começa a sofrer uma série de alterações até parar de funcionar”, explica Rovana.

Manter a temperatura ideal é o que garante o bom funcionamento do nosso metabolismo. “Quando submetidos a ambientes com alta temperatura, o nosso corpo inicia medidas para se resfriar, na tentativa de retornar para a temperatura de 36,5°C. Sudorese e sede são os principais mecanismos, além de desejo por um local ventilado e com sombra. Em situações extremas, a sudorese e a desidratação desencadeiam sintomas de falta de ar, palpitações, náuseas, tontura, fraqueza e perda da consciência. Caso esse paciente não receba atendimento médico rápido e tratamento adequado, poderá evoluir com óbito”, completa Ciro Viana.

Como o suor esfria o nosso corpo?
O suor é a nossa principal ferramenta de resfriamento do corpo. Rovana detalha como esse processo funciona: “A gente sua, fica molhado, e aquela pele que ficou molhada vai ajudar a esfriar a temperatura corporal. Mas para o suor evaporar, a roupa precisa estar folgada. Roupa colada no corpo, de tecido grosso, não dá. A roupa precisa ser solta e leve, e a gente precisa estar em um local arejado”.

“Em locais com grande aglomeração de pessoas, pode ocorrer morte por asfixia. O paciente não consegue respirar, pois o seu tórax está sendo comprimido pela aglomeração de pessoas ao redor, impedindo o funcionamento do mecanismo respiratório”, alerta Viana.

A importância da hidratação
Para ter suor, é preciso estar hidratado. Por isso, beber bastante água é fundamental: “Pelo menos 35ml de água ou líquidos saudáveis por quilo de peso corporal por dia”, indica o cardiologista.

Se você já tem o costume de consumir muita água, em dias quentes beba ainda mais. “Se tiver calor demais, muitas vezes só a água não vai dar conta e será preciso tomar alguma bebida isotônica, como água de coco, para manter o corpo adequadamente hidratado”, afirma Rovana.

Dicas para sobreviver ao calor
– Não espere sentir sede para beber água.
– Em eventos com grande aglomeração, buscar ficar perto de portas e janelas. Sentar-se sempre que possível, porque em pé é mais fácil da sua pressão cair.
– Se puder, use ar-condicionado. Na falta dele, não abra mão do ventilador.
– Atenção redobrada com bebês e idosos, eles têm mais dificuldade para regular a temperatura do corpo.
– Picolés, chup-chup e sorvetes caseiros são boas opções para se refrescar e ajudar na hidratação do corpo.
– Se perceber que um amigo está passando mal, procure colocá-lo em local arejado e se possível, tire parte da roupa da pessoa.
– Panos com água gelada para colocar nas axilas, pescoço e testa podem ajudar em caso de mal-estar.
– Cerveja não hidrata, álcool só desidrata.
– Evite as horas mais quentes do dia para a prática de esportes.

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