MRV culpa empresa contratada por condomínio pelo problema em caixa d’água de residencial na Serra

today12 de maio de 2021
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“Uma manutenção equivocada realizada por um empresa contratada pelo próprio condomínio, sem qualquer certificação técnica, levou à diminuição da espessura do castelo d’ água”. A afirmação é do advogado José Carlos Rizk Filho, que defende a MRV Engenharia, construtora responsável pelo Condomínio Residencial Top Life, de São Diogo, na Serra.

O advogado isentou a empresa para qual trabalha de qualquer responsabilidade pelo “pequeno incidente”, que levou à substituição da caixa d’ água do residencial, já que havia risco de desabamento, segundo apontou o Conselho de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES). No condomínio, há 540 unidades habitacionais e seis famílias chegaram a deixar seus imóveis para ficar num hotel por conta do risco.

“Vamos separar o joio do trigo. Nossa situação é diferente de outros condomínios onde ocorreram problemas. Não houve derramamento de água e nenhum acidente. Ninguém se machucou e nem morreu. Houve uma alteração na estrutura do castelo d’água em razão da manutenção equivocada realizada pelo próprio condomínio. A manutenção não foi feita pela MRV. Ela foi demandada pelo condomínio, sem indicação, sem a qualificação técnica dessa empresa”, destacou Rizk.

Ele, que também é o presidente da seccional capixaba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES), participou ontem (11) da reunião ordinária virtual da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Direitos Humanos, da Assembleia Legislativa, presidida interinamente pelo deputado estadual Bruno Lamas (PSB).

O advogado frisou que a empresa contratada pelo condomínio estava descredenciada e que o serviço foi feito, inclusive, sem o conhecimento da construtora. Rizk garantiu que a MRV tem atendido as demandas dos condomínios em todo o estado.

Ele informou ainda que a construtora, voluntariamente e sem custo para os moradores e qualquer imposição da lei, substituiu a estrutura do castelo d’ água do Top Life, que saiu por cerca de R$ 500 mil para a empresa.

Garantia vencida
Um outro representante da MRV Engenharia, Celso Freitas Ferreira, reiterou as palavras do advogado e afirmou que, ao ser solicitado atendimento técnico, a garantia da obra já estava vencida, o que levou a construtora a negar o pedido. Ele fez uma apresentação técnica com ilustração do condomínio e relatou os acontecimentos, com datas e a ação da empresa para atender o conjunto residencial.

Segundo Celso Freitas, a intervenção feita foi de forma inapropriada e o castelo d’água perdeu sua capacidade de captação.

“O castelo d’ água apresentou pontos de oxidação. Houve lixamento interno demasiado e flambagem (espécie de encurvadura, quando submetida a um esforço). Lixaram demais. Tiveram de soldar chapas internas porque lixaram muito”, declarou.

O síndico e morador do Condomínio Residencial Top Life Cancun, Luiz Cláudio Almeida Silva, disse que “depois da primeira reunião realizada na comissão, houve progresso e a construtora propôs um acordo em relação ao processo aberto. Por enquanto, está dando certo”, avaliou. Ele não comentou as críticas da MRV porque chegou atrasado à reunião.

Posteriormente, porém, disse ao servidor da comissão que a empresa mentiu porque foi avisada no dia 27 de janeiro de 2020 sobre a necessidade de manutenção. “Eles tinham tanta ciência que se negaram a fazer”, afirmou.

O presidente do colegiado, deputado Luciano Machado (PV), ressaltou a transparência das intervenções dos representantes da MRV ao esclarecerem que a obra foi feita nos parâmetros e conforme regras da engenharia.

Bruno, por sua vez, afirmou que as construtoras têm dado respostas satisfatórias, corrigindo os problemas que ocorreram nos empreendimentos habitacionais, como foi o caso em Cariacica, no Condomínio São Roque, que teve a torre de água rompida e atingiu parte de um bloco residencial. Para ele, “o cronograma de providências que as empresas tomaram é convincente, concreto. Hoje, aqui, não foi diferente”, ponderou.

Já a deputada Iriny Lopes (PT) destacou os avanços na discussão sobre os problemas que afligem os moradores dos conjuntos habitacionais e propôs que a comissão tenha um participante permanente do Crea-ES para dar seu parecer, orientação e acompanhamento técnico sobre a situação da construção das caixas d’água dos condomínios fiscalizados. O pedido foi aprovado por unanimidade.

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