Oportunidade de dar amor: Vitória abre cadastro para novas famílias acolhedoras
Você sabia que um dos serviços da Secretaria de Assistência Social de Vitória (Semas), referente a Proteção Social Especial de Alta Complexidade, é o Serviço de Família Acolhedora? Esta é uma política pública de proteção social à crianças e adolescentes.
O Serviço é responsável pelo cadastramento e habilitação de famílias interessadas em dar acolhimento familiar, em sua residência, a crianças e adolescentes que, por medida de proteção, precisam ser afastados temporariamente do convívio familiar, quando suas famílias de origem encontram-se impossibilitadas de cumprir sua função de cuidado e proteção.
Na impossibilidade de retorno a família de origem ou a família extensa, são encaminhados para a adoção.
Para ser uma Família Acolhedora é preciso residir no município de Vitória, passar por capacitação e pelo processo de habilitação. Para isso, a família deve entrar em contato com a equipe do serviço por meio do telefone (27) 99742-9658 e preencher uma ficha de cadastro.
Acolhimento
A família da servidora pública Luciana Gatti se tornou uma Família Acolhedora. Para ela, esse serviço é definido, como uma oportunidade de ofertar amor. A família que for habilitada e acolher uma criança ou adolescente vai receber um valor correspondente a 60% do salário mínimo vigente.
A servidora pública contou que optou pelo acolhimento, quando percebeu que sua família poderia dividir a convivência com uma criança. “A partir daí, procuramos o serviço e, participamos de todas as formações até estarmos habilitados a fazer o acolhimento. Para nós, foi escolhido um menino, que na época estava com seis anos de idade. Posteriormente ele foi reintegrado à família”, contou ela.
Para a Luciana, a experiência confirmou que a partir do momento em que a criança passa a ter acesso a todas as políticas públicas voltadas para ela, abrem-se outras possibilidades para sua vida. Segundo ela, a criança passou a canalizar toda a sua intensidade e potencialidade em atividades nas aulas extracurriculares da escola e nas modalidades esportivas – futebol, capoeira e Muay thai.
“No desempenho dele nessas atividades é que percebi a intensidade do momento em que ele passava. É uma vivência que nada fecha aquela ferida. É uma dificuldade. Um sofrimento imenso que essa criança passa. A nós, família acolhedora, cabe tentar minimizar isso. Dar amor. Ofertar amor”, falou Luciana, emocionada.
Para lidar com tudo isso, Luciana contou com o apoio psicossocial e de outros profissionais que orientaram a família acolhedora quanto aos cuidados para proporcionar estabilidade emocional e melhora no desempenho escolar da criança. “Colocamos em vários espaços para que suas potencialidades pudessem ser desenvolvidas. Foi um período que ele pôde experimentar estímulos positivos, que fizeram a diferença na vida dele”, contou.
Segundo a Gerente de Proteção Social Especial de Alta Complexidade, Anacyrema da Silveira, o objetivo principal é evitar a institucionalização, proporcionando o acesso ao carinho, à atenção e a convivência familiar e comunitária dessas crianças e adolescentes.
Família Acolhedora
A Família Acolhedora é aquela família voluntária da comunidade que é selecionada, capacitada, cadastrada e acompanhada pela equipe técnica do Serviço de Acolhimento para ofertar e garantir cuidados individualizados em ambiente familiar e afetuoso para crianças e adolescentes que estão afastados temporariamente do convívio familiar.
Por aqui, este serviço foi instituído pela Lei Municipal nº 6.708/2006, podendo acolher neste serviço até 15 crianças e adolescentes, salientando que cada família acolhe uma criança por vez ou grupo de irmãos. O período de acolhimento varia de dias a meses, podendo chegar até, no máximo, dois anos.
Esse é um serviço de alta complexidade da Assistência Social, que tem seu corpo técnico composto por uma psicóloga, uma assistente social, uma pedagoga e uma coordenadora. Atualmente o serviço é realizado em parceria com a Fundação Fé e Alegria do Brasil.
foto ilustrativa